Alegrias literárias de 2015 11


Concursos literários – arriscar e aprender

Participar de concursos literários requer investimento de tempo e alguma grana (no mínimo para impressão de várias cópias e custo de envio), para um retorno no mínimo incerto. Mas, sem arriscar ninguém sai do lugar e foi graças aos riscos assumidos pelos nossos antecessores que a espécie chegou a esse momento, não (aliás, para bem e para mal).

Seguindo esta lógica, o enviei material para alguns certames ao longo de 2015 e posso afirmar que mesmo naqueles em que não fui selecionada, houve ganhos em todos os casos. Acompanhem!

Off Flip

O Prêmio Off Flip chegou, em 2015, na sua décima edição e é um dos concursos que cobra taxa de inscrição e do qual nunca havia participado. Este ano, por entendê-lo como um bom espaço de divulgação, resolvi mudar de postura e enviar um conto. Tive a gratíssima surpresa de ficar entre os finalistas que vão para a coletânea a ser publicada pelo Selo Off Flip.

A publicação em coletâneas pode ser um excelente caminho inicial para autores iniciantes, mas é preciso saber que há concursos em que a publicação anterior, pode ser um critério de eliminação enquanto em outros ter algo já publicado é uma exigência.

Agora é só aguardar pela publicação, que ainda no primeiro semestre de 2016 já deve estar pronta.

Prêmio Sesc de Literatura

Sim, inscrevi um romance (na categoria contos, na qual já fui finalista, não posso mais concorrer por já ter livro de contos publicado) e não fiquei entre os pré-selecionados. Ainda assim, foi muito excelente ter participado, pois além de não ter gastado nada (nem correio, já que as inscrições foram 100% online) ganhei com a disciplina investida na revisão de um material que, se ainda precisa de muito mais trabalho até ficar bom, já avançou alguns degraus.

#brasilemprosa

Por quanto tempo é possível sustentar uma rotina de desistências, esperas e adiamentos? Até onde leva uma decepção? Sente-se à mesa com Tereza e descubra.

Por quanto tempo é possível sustentar uma rotina de desistências, esperas e adiamentos? Até onde leva uma decepção? Sente-se à mesa com Tereza e descubra.

Claro que eu não poderia deixar de participar do primeiro concurso de contos promovido pela Amazon, um concurso exclusivo para e-books.

Ainda que não tenha ficado entre os 20 finalistas, a participação no concurso me deu a oportunidade de fazer vários testes com a plataforma de autopublicação e me permitiu aprender a usar novas ferramentas de divulgação. O melhor de tudo, no entanto, foi receber tantos feedbacks de clientes que adquiriram o e-book lá no site da Amazon.

Outro ganho fantástico nessa empreitada foi a aproximação com vários autores participantes, o que tem rendido trocas de impressões de leitura, bons papos sobre nossos autores preferidos e a construção de um projeto  coletivo para criação de contos. Aguardem, vem coisa bacana por aí!

 

 

 

 

 

 

 


Sobre Maurem Kayna

Maurem Kayna é Engenheira Florestal, baila flamenco e é apaixonada pela palavra como matéria-prima para a vida. Escreve contos, análises sobre a auto publicação e tem a pretensão de criar parágrafos perenes.

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11 pensamentos em “Alegrias literárias de 2015

  • Tathy Morselli

    Eu ando fazendo alguma lição de casa, tanto no lance da autopublicação quanto na questão dos concursos.
    Sinceramente, acho que o #brasilemprosa foi um desafio válido. Pelo menos para mim. Nem imagino se vou ganhar alguma coisa, além de alguns contos distribuídos pela Amazon, mas achei instigante a coisa de ter de fazer em 6mil caracteres e pensar numa história que talvez ainda não tivesse sido contada.
    Os concursos, na minha opinião, valem como bons exercícios. Tanto que depois dele, eu criei coragem para correr atrás de autopublicar um livro que eu já vinha cozinhando fazia um tempo.
    Enfim…
    Adorei o blog e é muito gostoso poder compartilhar com quem está no mesmo mundo que a gente.
    Bjos

    • Maurem Kayna Autor do post

      Qual é o seu conto? Fiquei curiosa. Sim, acho que o principal valor dos concursos está no exercício e no efeito que estes “autodesafios” provocam. Abraço!

      E indo além…. aproveito para contar que esse site vai mudar… todo o conteúdo relacionado a dicas para autores, experiências de autopublicações e outros quetais passará para este outro canto: http://www.saibapublicar.com.br.

      Por aqui falarei mais de minhas escritas e leituras e espero poder também trocar figurinhas com muita gente sobre isso. Abraço!

  • Inácio Fantino

    Maurem, descobri vc e seus textos por indicação [pública, via Twitter] da colega Camila M. Guerra e tenho aprendido um pouco mais, contigo.

    O Brasil em Prosa está sendo meu primeiro concurso. Pus dois contos [“Ouvido Absoluto”/http://goo.gl/zv16Zb e “Na Própria Carne – Um Conto Sobre Escritores”/http://goo.gl/Py5ahY], até agora mas ainda estou na fase romântica: apenas quero escrever e ser lido [é um “binômio imprescindível”?…].

    Divulguei os contos apenas em meu twitter e página do Facebook [ambos só recentemente criados e ainda tíbios, em seguidores/amigos].

    No mais, apenas deixar um abraço e ti a aos demais colegas de escrita, desejando a todos o sucesso que desejarem para si mesmos [eu ainda acho q o outro está com a razão: “sucesso é ser feliz”…].

    Muita paz, querida.

    • Maurem Kayna Autor do post

      Oi Inácio! Obrigada pelo comentário. Vou procurar teus contos lá no Brasil em Prosa. Sim, quem escreve quer ser lido, porque escrever (parece-me) é antes de qualquer coisa uma necessidade de entendimento (de si mesmo, ao menos) e comunicação. Mas a oferta aterradora de informação que atravanca as timelines de todos torna cada vez mais remota essa possibilidade de ser lido. Assim, convém a reflexão em relação a “por quem” queremos ser lidos. E assim vamos indo… Sobre sucesso!? Bem, fico com a paz. risos
      Grande abraço!

      update de jan/16: aproveito para contar que esse site vai mudar… todo o conteúdo relacionado a dicas para autores, experiências de autopublicações e outros quetais passará para este outro canto: http://www.saibapublicar.com.br.

      Serás sempre bem vindo em ambos os espaços. Abraço!

  • Henrique Mendes

    Olá Maurem Kayna, como está ? Cheguei aqui via Helena Frenzel, e li o comentario dela e o seu artigo. Acho que ha 2 aspectos da mesma questão. Num, a tentativa constante, a produção constante, nos mantén afiados e nos aprimora, sem duvida. Noutro, somos vitimas das editoras e, em grande parte, por culpa nossa. Quem quer vender bananas tem de encontrar o ponto,comprar a balança, o balcão e um minimo de apetrechos para exercer o mister, encontrar fornecedor e ainda correr os riscos do insucesso. Mas no caso das editoras e do mercado literario de hoje, espera-se que produzamos as bananas, suportemos os custos dos balcão, tenhamos os cuidados com a escolha de ponto, e corramos todos os riscos. Pagar para entrar em concursos ? É um absurdo ! Edições de autor do jeito que hoje ocorrem, mascaradas, mas pagas pelo autor ? são outro absurdo !
    Logo teremos possibilidades, com os eBooks, de nos testarmos perante o publico, diretamente. As editoras vão durar quanto, na ordenha das vaquinhas sagradas que são os autores tradicionais em edições selecionadas para enfeitar estantes ?
    Faça-se justiça às editoras que fazem um melhor trabalho. Às que procuram autores nos sites literários e correm atrás de talentos. aos jornais que convidam a publicar nas suas colunas, dispostos a pagar, novos autores cronistas, ou poetas. Das revistas comerciais, mais comuns, quantas dedicam um cantinho à literatura, essa coisa de bacanas ? Desculpe se pareço àcido a respeito, não era essa a intenção. Todos os meios de divulgar um trabalho são válidos, uns com mais vantagens que outros. Mas pagar para participar dum concurso cujo maior beneficiado é quem o organiza…hã, hã..Vão ter que por olheiros na rua, como no futebol, descobrindo talentos. Ou então cedemos aos lobbies. Fazemos campanhas de auto-promoção ( flechas com ponta de ventosa e tiro com arco e flecha nas vidraças do salão rsss). Hummm…E seja o que Deus quiser…

    • Maurem Kayna Autor do post

      Oi Henrique! Muito obrigada pela leitura e pela opinião. Quanto às editoras, acho que cabe ao autor iniciante ter clareza sobre a diferença entre editoras de fato e prestadores de serviço para publicação independente. O cenário atual (na verdade tenho dúvidas se não terá sido sempre mais ou menos assim desde a invenção de Gutenberg) cobra cada vez mais funções do escritor. O ideal romantizado de apenas sentar e escrever, para quem pretende publicar, está muito distante.
      Sobre concursos com taxa de inscrição, sempre pensei como tu, mas depois de tomar ciência do valor da inscrição no Prêmio Jabuti, por exemplo, comecei a avaliar outros aspectos. Acho super legítima tua posição, no entanto.
      Abraço e volte sempre 🙂

      • Henrique Mendes

        Obrigado por sua resposta: Sem dúvida há editoras e editoras. Creio que o mesmo se passa com alguns concursos, e admito perfeitamente que alguns valham a pena. Mas há todo um negócio montado em cima do escritor iniciante, que atrapalha e afasta da escrita enquanto escrita. Parabéns por suas letras.Abraço.

  • Helena Frenzel

    Acabei de ler o artigo e, conforme prometido, deixo aqui uma opinião. Eu acho que para adquirir experiência, quase tudo é válido no que toca a escrever e está claro que participar de concursos é um caminho que já foi trilhado com sucesso por muitos. Claro que ter o reconhecimento de um júri de peso é um incentivo e tanto, e só por isso vale a pena tentar. Maurem deixa bem claro no artigo: participar ou não de concursos literários (gratuitos ou não) depende dos objetivos que cada um tem ao escrever. Como estudante de literatura confesso que estou um pouco decepcionada com o ‘estado das coisas’ no mundo literário e creio que ter um texto como alvo de estudo literário por alguém da área pode ter muito mais valor e reconhecimento para um@ autor@ do que qualquer prêmio literário, pois nos meios comerciais é necessário muito lobby. Concordo com a Maurem de que participar de concursos é um incentivo para manter ou criar uma rotina na escrita. Aliás, autodesafiar-se diariamente a produzir algo novo é sempre bom. Faz muito tempo que não consigo sentar para escrever ficção, mas por outro lado tenho gasto muito tempo estudando textos alheios, descobrindo nuanças do discurso narrativo e, sem ter isso como objetivo principal, venho somando todo esse material para algum dia colocar no papel em forma de contos, ou quem sabe em forma de uma novela. O importante é seguir escrevendo e, para os que têm um objetivo artístico-literário, aproveitar as oportunidades para divulgação ou obter alguma visibilidade. Algumas pessoas esquecem que por trás de qualquer verdadeiro reconhecimento tudo o que resta é só trabalho e a Maurem Kayna está colhendo o que vem semeando há muito tempo, um merecido reconhecimento de um trabalho feito com dedicação e cuidado e cuja tendência é sempre melhorar. Se ainda não leu o artigo, leia. É curto, vale muito o tempo de ler! 😉